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domingo, 12 de junho de 2011

Sonata da Morte


Meu violino canta
Aos berros encanta a plateia colossal
Os dedos em carne viva arranham as cordas
Onde a mão que rege o arco se desintegra
Meu violino grita e reza

As portas do tormento abertas
Não me deixam sucumbir
Meu instrumento grita
Eu digo que jamais

Olhos já sem foco
Parecem lindos vitrais
Dedilho o braço todo
Meu violino se desfaz

Nada me resta senão a voz aguda
O movimento teatral do corpo
O ventríloco dança nas mãos de um capataz

Arrombem as paredes do inferno
Minha existência quer cair
Meu violino calado
Minha dor...
Ninguém poderá ouvir. 
 

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