Deitou-se e deixou ficar,entre seus seios um par de olhos.
Era ela num terrível duelo,nem sabia mais onde se apoiar dado o peso do corpo que se aproximava.
Houveram milhares de outras formas de amanhecer,mas escolheu entre todas o mais gentil embalar.
Haviam também outros homens e tantas outras frutas,mas era exigente demais até para as palavras que lhe dirigiam:
"Homem burro me broxa!" -Sim, uma afirmação valida.
E não entendia o desprendimento humano em tolerar tanta calunia, muito menos a grosseria e arrogância habitual do sexo oposto. Verdade mesmo é que estava acostumada a ter loucos em seu leito, dependentes ou mesmo cafajestes, só nunca se deparou com algo assim.
Os olhos,o toque, havia mais carinho neles do que em toda sua vida. Como não se apaixonar?
"Eu pensava que nunca mais iria haver nada para mim,que depois de tudo que vivi isso não iria mais sustentar-me... No entanto... Foi incrível! Tive variados consortes,loucos e até pervertidos,mas ele...
É tão diferente, ha carinho em cada gesto,toque ou beijo.Tenho vontade de estar ali,não penso em mais nada,apenas sinto e é tão bonito. Não ha como não se apaixonar..." - confidenciou à amiga certa vez.
O sorriso vinha por dentro,podia não ser seu,nem mesmo um resquício de possessão, nenhuma obrigatoriedade, nem mesmo um puxão de cabelo! Chegou a duvidar de seus próprios instintos ,no entanto, assim sem nenhum esforço,com tanta sutileza encontrou o que nunca lhe foi permitido ver, seja pelo mau que existia outrora ou pelos sentimentos disformes.
Foi como sonhar:
Bonito,forte,inteligente,carinhoso e perfeito cavalheiro em qualquer situação.
Ela o sentiu sustentar-lhe o peso devagar, os braços bem definidos a envolver sua cintura, movimentos ritmados e a batida de outro coração colado ao dela. E não havia mais silencio.
Os beijos continuavam como se os lábios não cansassem de se tocar, contentamento e outra metade mantendo seu calor corpóreo já que estava frio. Que frio?
Não importava mais.
Existia algo no mundo que conquistava mais que a vingança,muito mais que a dor!
Era sublime e simples, apenas tinha que ser feito direito!
Ah, amor... Ha quanto tempo não sentiu algo tão sereno e perfeito.
Não ha como não se apaixonar...
