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domingo, 5 de agosto de 2012

Lembranças de outra vida I




Encontrou em sua jornada maldita uma mulher,olhos amendoados e formosos lábios, vestia roupas da nobreza e tinha o ar inocente que somente as damas com raros dotes podiam esbanjar naquela época.
Passara por períodos de dor e como um bom ladrão estava fugindo de sua terra natal nesta fase de medo e sequestros em que o povo sofria à mão da igreja.
Entrou nas terras que a ela pertenciam por direito de família, soube depois que ainda não se casará mas já estava prometida a um conde da redondeza, afinal realeza sempre é realeza e para sua tristeza isso não mudaria.
Pouco lhe importou o nome da bendita quando fugindo de alguns guardas inoportunos se deparou com tal figura trepada numa arvore devorando maças e as atirando em sua cabeça:

Maldita! Desça e enfrente a morte,não sabe onde se meteu! - Estava furioso e adoraria pica-la com as duas espadas que levava. Eram curvas, bem a característica das armas de seu país.

Se conseguir me pegar ganha um premio! - Ela ria como se aquilo fosse apenas brincadeira.

Não era! Queria ver  o sangue dela escorrer dentre os dentes.
Tentou alcança-la mas em vão, a moçoila flutuava,corria dentre a copa da arvore como um animal.
Quase não pode prestar atenção a seus movimentos,pois alguns guardas alvoroçados que vinham em seu encalço agora ganhavam posição a seu redor para embosca-lo.
Fugir era o jeito! Não houve escolha, embora desejasse se vingar pela brincadeira da monstrinha.
Correu como nunca,eram muitos para simplesmente se enfrentar em local aberto, ainda mais por que estava em terras de família nobre e isso poderia causar mais problemas: alem de enfrentar os bobos da rainha, ainda teria que enfrentar os cães da nobreza, nada feito!

Lá atras,sem entender muito o que ocorria a garota desceu vagarosamente do pomar e reuniu-se com a família que discutia exatamente a chegada do estranho.

Ele é procurado,minha nobre senhora! Avisem se o avistarem,nosso senhor o Rei quer a cabeça deste cretino em bandeja de prata. - Elucidava o guarda ofegante.

Como ele era? Fez-lhe algum mal nobre senhorita? - O outro preocupava-se.

Não o vi direito,os cavalheiros chegaram antes mesmo de que ele pudesse perceber-me! - Mentiu sorrindo.

Ele fugiu como se sua vida dependesse daquilo e brevemente avistou uma boa gruta para passar a noite não muito longe dali. Prometeu que não perderia tempo com crianças, havia muito o que fazer se queria permanecer com seu couro inalterado.
Mesmo assim, os olhos grandes e amendoados,o sorriso maroto e os longos cabelos da moleca o perseguiam numa vingança mortal.


continua...

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