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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Caderno de retalhos
Eu continuo escrevendo
tudo machuca e passa
e eu escrevendo
Não me recordo de quando começou
Nem sei bem se vai terminar
Eu apenas escrevo
Vomito tudo que há pra colocar pra fora
Na esperança de que um dia isso não me
engula as tripas,a carne.
Não me favoreço mais do que um senhor vil
ávido pela macula de seus escravos
eu enobreço as paginas com chicotadas de letras
e cada dor,cada sonho vira cicatriz nos espaços brancos
E eu redijo
Digito,blasfemo,Escrevo
Perdão à aqueles a quem devo palavras
mas por âmbito de poupa-las
Guardei-as no papel
Este que escurece e rasga,
mas não faz mais que o trabalho da minha alma
em esquecer os devaneios
Se me perguntarem se algum dia conclui meu sonho
talvez eu responda que o vivi mil vezes nestas paginas
E se me disserem que não tenho nada
tenho todas essas maculas que deixei de sentir
graças às coisas que escrevi.
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